Nome: Emanuel Luís
Abreu Gonçalves
Idade: 23
Clubes que
representou: Clube Sport Marítimo, Clube Naval do Funchal, Clube Desportivo
Nacional
Ano de iniciação: 1995
Patologia: síndrome de Guillain-Barré
Patologia: síndrome de Guillain-Barré
Ídolos: Michael
Phelps e Ian Thorpe
Provas predilectas:
Das que fazem parte do calendário Paralímpico: 100
metros Mariposa; 200 metros Estilos; 400 metros Livres.
Fora do calendário Paralímpico: 800 metros Livres,
1500m Livres, 200m Mariposa, 400m Estilos, 5000 metros Águas Abertas.
Emanuel Gonçalves e a sorte andam desencontrados.
Ex-recordista mundial dos 1500 m livres, vice-campeão europeu e vice-campeão
mundial dos 5000 m águas abertas, o jovem nadador madeirense, de 23 anos,
acalentava a participação nos Jogos Paraolímpicos de Londres depois de ter
alcançado mínimos A nos 400 m livres e 200 m estilos, e mínimos B nos 100 m
mariposa, na classe S10 (ver explicação abaixo), tendo-se sagrado campeão
nacional nas três provas.
Contudo, o sonho paraolímpico foi novamente adiado - já que
em 2008 Emanuel também tinha atingido os mínimos para disputar os Jogos de
Pequim - devido à escassez de vagas atribuídas pelo Comité Paraolímpico
Internacional à natação portuguesa. “Portugal apenas recebeu 3 vagas do IPC, e
somos 6 rapazes com mínimos, logo 3 participariam nos Jogos e outros 3 ficariam
de fora. Os meus colegas que estariam ligeiramente melhor classificados que eu prosseguiram
a sua caminhada até Londres”, explica.
O nadador acredita que outras soluções podiam ter sido
idealizadas, nomeadamente no que respeita à concessão dos Wildcards,
“atribuídos a 18 atletas que supostamente nunca teriam tido hipóteses de
participar nos Jogos Paraolímpicos, ou por falta de vagas ou por serem países
menos representados... Mas, na verdade, o que aconteceu foi que esses mesmos
Wildcards foram atribuídos a atletas que já tinham participado em várias
edições de Jogos”.
Nem por isso se resignou a acompanhar pela televisão a elite
do desporto mundial e apanhou a “boleia” dos companheiros para Londres. “Estar
lá não foi fácil, doeu um pouco viver das bancadas o que poderia e deveria
estar a fazer naquele momento. No entanto, deixou-me muito orgulhoso serem os
meus grandes amigos a competir e levar a nossa bandeira bem alto nestes enormes
palcos desportivos”. Foram eles Simone Fragoso, David Grachat, João Martins e
Adriano Nascimento.
“Quando era miúdo
ganhei o “bichinho” pelas piscinas”
Ainda benjamim, as prestações dos ídolos Michael Phelps, Ian
Thorpe & Ca embeveceram o futuro atleta e semearam o desejo de um dia
representar as cores nacionais na paraolímpiada. “Quando era miúdo, adorava ver
os Jogos Olímpicos, as provas de natação despertavam-me um grande interesse e
desde então ganhei o “bichinho” pelas piscinas e o sonho, pelo qual tenho
trabalhado tanto, de participar nos Jogos Paraolímpicos”, conta.
E se de início a natação desempenhava “apenas” um papel
importante na reabilitação de Emanuel Gonçalves, a quem foi diagnosticado aos 6
anos a síndrome de Guillain-Barré, hoje as piscinas ocupam-lhe 5 horas por dia, numa rotina que contempla
também as aulas do curso de Educação Física e Desporto, na Universidade da
Madeira. “Treino todos os dias da semana, 2h de manhã e 2h à tarde na
piscina, mais uma hora de ginásio. O domingo é o único dia da semana em que
posso descansar tranquilamente, exceptuando quando tenho provas”.
Emanuel Gonçalves lamenta que o desporto adaptado esteja
“inserido num contexto muito ‘esquecido’ na nossa sociedade” e aponta o dedo à
comunicação social que, no seu entender, dispensa poucas linhas ao percurso dos
atletas com deficiência. “Abrimos um diário durante os Jogos Paraolímpicos em
Londres, onde os portugueses estavam a ter brilhantes resultados, e apenas
aparecem notícias referentes às recentes transferências no mundo do futebol,
aos milhões da crise, à corrupção, às vidas dos jogadores famosos…”, critica.
Virando a página, o objectivo Rio de Janeiro está já bem
presente no pensamento do atleta. “Tudo farei para lá estar, prometo que tudo o
que depender de mim, será realizado!”. Palavra de campeão.
S10 – designa o tipo de deficiência do atleta. Na natação, as
classes de 1 a 10 correspondem a uma deficiência motora que é tanto mais
grave quanto menor for o número.
p emanuel gonçalves para mim e um idolo independentemente de ir ou nao aos jogos paraolipicos
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