O duelo entre aussies e canadianos, um dejà vu de 2008,
coroou o país da América do Norte como novo campeão paralímpico – 64-58. A
Austrália é mais equipa, mas quem tem Anderson tem tudo. O canadiano deslumbrou
a North Greenwich Arena com uma sobredose de jogadas surreais, que incluiu
lançamentos apoiado numa só roda, passes teleguiados para os companheiros, rodopios
supersónicos e... assim se poderia descrever o encontro.
Anderson (34 pts, 10 ressaltos, 8 asts, 1 roubo de bola)
calcorreou os 28 metros do campo com o mesmo fulgor do primeiro ao último
minuto, começando por apontar 8 dos 14 pontos da sua equipa no período
inaugural. Os australianos inspiravam-se na prestação não menos
exuberante do poste Bradley Ness (12 pts, 6 ressaltos, 2 asts), autor de 6
pontos, permitindo aos rollers encarar o 2º quarto na liderança – 15-14.
O resultado antevia o equilíbrio que iria pautar a partida,
mas se os australianos descobriam soluções diversificadas para finalizar, o
Canadá aparentava uma dependência preocupante de Anderson que, como o próprio
reconheceu, nem sempre esteve tão bem quanto desejaria ao longo do torneio,
apesar dos números extraterrestres.
No 2º tempo, a Austrália procurou impor-se, com Bill Latham e
Brett Stibners a ampliarem a vantagem para 5 pontos, contudo a resposta não se fez
demorar. Indiferente às diligências australianas para o travar, Anderson somou
mais 7 pts, mostrando-se ecléctico como sempre, ao alternar bolas interiores
com tiros de média e longa distãncia; e foi bem coadjuvado por Joey Johnson
(8pts, 4 ressaltos, 3 asts, 1 roubo de bola), que assinou 5 pontos no quarto. O
intervalo chegava com 27-26 favorável aos então detentores do título.
A abrir a segunda parte, o marcador voltou a funcionar
através de Anderson, que arrancava “bruás” em catadupa aos milhares de
espectadores a cada gesto. Respondiam Norris (19 pts, 6 ressaltos, 4 asts) e
Eveson (16 pts, 8 ressaltos, 5 asts, 1 roubo de bola, 1 desarme de lançamento),
que, porém, esteve irreconhecível dos 3 pontos, uma das armas do pródigo
arsenal ofensivo australiano.
O Canadá partia para o último período na condição de líder,
com 4 pontos à maior sobre o adversário. Uma entrada vigorosa dos australianos
valeu o empate a 48, só que Anderson queria continuar a fazer história. Antes,
Richard Peter deu à sua equipa o suplemento vitamínico indispensável para arcar
com a perseverança dos opositores, granjeando aos canadianos uma vantagem de 5
pontos. Depois, Patrick Anderson “limitou-se” a marcar mais 9 pontos em
sensivelmente 3 minutos e meio, numa final paralímpica. Knowles (5 pts, 4
ressaltos, 2 asts) ainda reagiu com um triplo, mas o trono já esperava novo
rei. Resultado final: 68-64.
Anfitriã Grã-Bretanha desilude
na luta pelo bronze
No jogo de disputa da medalha de bronze, a Grã-Bretanha
perdeu diante os EUA por 61-46. Os anfitriões correram sempre atrás do prejuízo
perante os americanos, onde Steve Serio (4 ressaltos, 8 asts, 1 roubo de bola),
que completava 25 anos, deu uma prenda a si próprio ao marcar 20 pontos,
alcançando uma eficácia de 89% (!) em lançamentos de campo e 100% (!) da linha
de lance livre. Do lado britânico, a resistência resumiu-se praticamente a
Terry Bywater (14 pts, 12 ressaltos, 2 asts), já que, estranhamente, os
veteranos Simon Munn e Jon Pollock pouco tempo estiveram em campo, enquanto Orogbemi,
Sagar e Highcock também não se reveleram tão decisivos como em jogos
anteriores.
Outros jogos
No torneio masculino, a
Espanha alcançou um fantástico 5º posto, batendo para isso a Alemanha (6ª)
por
67-48 e a Turquia derrotou a Polónia – 76-74, no jogo de atribuição do 7º e 8º
lugar.
Sexta-feira, na competição feminina, a Alemanha chegou ao
ouro, depois de vencer a Austrália – 58-44 e a Holanda arrebatou o bronze,
ultrapassando os EUA – 71-47.
Sem comentários:
Enviar um comentário